A cada conquista, Marcio Felipe de Amorim, aluno do Colégio Pedro II, da Tijuca, enche as prateleiras de sua casa com medalhas e troféus. E, mais do que isso, enche seu pai de orgulho. A dupla, formada por filho e pai, foi uma das curiosidades do caratê no Intercolegial 2013, cuja disputa foi realizada na Vila Olímpica de Mato Alto, em Jacarepaguá.
O garoto começou a fazer caratê logo cedo, incentivado pelo pai, Marcio Caldeira, que era praticante e dava aulas da modalidade. Até que, há quatro anos, o filho simplesmente quis parar de treinar. Para tristeza do paizão.
– Eu não sabia bem o que queria. Por isso falei que queria parar – lembrou Marcio Felipe, que hoje tem 13 anos.
O pai optou por não insistir, mas tentou trazer o filho de volta ao caratê. Ele lembra que passou dificuldades na infância e teve até que vender doces para pagar aulas e ficar distante de coisas ruins.
– Eu não tinha apoio de ninguém. Morava na comunidade, não levava o estudo muito a sério, estudava em escola municipal. Muitos amigos meus foram para o caminho errado. Eu queria praticar caratê. Tive que vender doces para conseguir pagar a academia. E hoje tento transmitir coisas boas ao meu filho. Por isso fiquei triste quando ele decidiu parar de fazer caratê – conta Marcio Caldeira.
Hoje, Marcio Caldeira acompanha bem de pertinho o filho. Nesse meio do caminho, tentou ser árbitro de caratê. Mas não deu muito certo.
– Eu ficava como árbitro, mas olhando o meu filho disputando ao lado. Acabava deixando a bandeira de lado. Não deu certo e parei. Fico bastante nervoso quando ele disputa alguma competição, mas dou apoio de todas as formas. Me deixa orgulhoso demais. É um menino muito bom – acrescentou o pai, “lambendo” a cria.
FOTO: ARI GOMES