Melysse defende quatro cobranças na decisão dos tiros sete metros e garante o ouro do Cesc Suzano
O handebol do Intercolegial 2021 foi de tiro curto, com oito jogos disputados em apenas um dia. As meninas campeãs do Cesc Suzano disputaram as quartas de final, as semifinais e a decisão, num intervalo de cinco horas, mas certamente o dia ficará marcado para sempre, pela intensidade e por muitas histórias para contar. Perdendo a finalíssima por um gol, nos segundos finais, a escola de Guaratiba empatou o confronto com o Cesc Camaradinha e levou a definição para o tiro de sete metros. E foi aí que a estrela da goleira Melysse Rocha brilhou.
Após defender três cobranças na série de cinco, a camisa 1 agarrou a batida na primeira série alternada e garantiu o título para o Cesc Suzano. Foi uma final única, daquelas que é difícil encontrar algo que tenha faltado, num dia de sol forte no início e chuva e ventania no desfecho do handebol, já no fim da tarde. Esse turbilhão de sensações, mexeu com as atletas e com Melysse não foi diferente.
— Eu estava nervosa, mas eu precisava ter confiança em mim. Consegui e falei, eu vou pegar (as cobranças de sete metros). Estou muito feliz. Basta você confiar em si mesmo. Eu confiei e deu no que deu. Agora a gente está aqui com a medalha de campeão e vamos comemorar —afirmou a goleira, de 15 anos, acrescentando que a força mental foi uma das tônicas da decisão:
— Foi um jogo bem pegado sim. As garotas estavam bem nervosas. Eu estava também, mas não deixei nada subir para a cabeça. Consegui botar a cabeça no lugar e só me concentrei em agarrar.
Durante a partida, Melysse já havia dado amostras de seu talento. Além de algumas defesas difíceis, ela também impediu gols em tiros de sete metros no tempo regulamentar, com a estratégia de deixar o seu canto direito mais aberto para "induzir a garota a jogar no canto que está aberto". As cobranças durante a partida, no entanto, não serviram para ajudar a saber como as adversárias executavam seus arremessos na decisão dos sete metros.
— As garotas do Camaradinha variaram bastante os arremessos. No fim, o meu sangue já estava quente, com muita vontade de ganhar. Fiquei bem focada na bola porque quando uma pessoar quer, é difícil de não chegar — garante.
Ao ser questionada sobre o que faz a diferença quando dois adversários querem a mesma coisa com intensidade igual, a resposta estava na ponta da língua:
— Treino, dedicação, confiança. Tudo decide. No final, tudo pesa.
Na foto abaixo, Melysse (à direita) exibe a medalha ao lado das suas companheiras de time.
FOTOS: Ari GomesVoltar