A categoria das meninas
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A julgar pela estreia do futsal nos 30 anos do Intercolegial, o nível técnico das categorias não federadas feminina melhorou muito. Isso pode ser observado nos dribles, passes e “matadas de bola” das meninas. Se, no passado não muito distante, as mulheres tinham que ouvir piadas sobre impedimento e outras regras do velho e violento esporte bretão, as jogadoras do Intercolegial dão exemplos de que entendem do riscado. – Nosso professor sempre treina jogadas específicas de escanteio, lateral e contra-ataques. O goleiro pode perfeitamente participar na linha, dessa forma, somos cinco jogadoras e acabamos surpreendendo os adversários – explica a goleira do Odete São Paio, colégio de São Gonçalo, Bruna Afradique Guedes, de 16 anos. Outra que brilhou neste sábado foi Emanuely Coutinho, de 15 anos, ao marcar seis dos 12 gols do Santa Terezinha sobre o CESAP, na categoria jovem feminino. A baixinha de São Gonçalo já é umas das artilheiras da competição. Sem grandes dificuldades na partida, Emanuely esteve à vontade em quadra e mostrou ter carinho com a bola. A adversidade mesmo está fora de quadra, como lamenta a jogadora. – Jogo futebol desde os três anos, quando brincava com meu pai no corredor de casa. Aos sete, ele me colocou em uma escolinha e treino no colégio desde os onze anos. Já fiquei um tempo no Vasco, mas como era longe e gastava muito dinheiro, tive que sair. Até porque fazia lá os mesmos exercícios que faço no colégio – explica a menina, que garante não ter jogado a toalha ainda. – Eu ainda não consegui achar um time para treinar, mas vou continuar procurando – garantiu a tímida Emanuely. A terceira craque do futsal também não conseguiu seguir adiante fora do ambiente escolar. Com 16 anos, Karollyn Cristina Fraga Oliveira, aluna do Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht, fez dois gols na vitória por 3 a 2 sobre o Prosper. A jovem comentou sobre sua necessidade de ter que seguir um caminho mais profissional. – Sempre gostei de futebol. Eu jogava até descalça na rua. Informática também é uma paixão e minha mãe disse que eu tinha que optar, pois o futuro no futebol é incerto – revelou a estudante da escola da rede pública de Jacarepaguaá, que também faz curso técnico profissionalizante do Senai. Fotos: Ari Gomes


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