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A importante conquista do décimo título seguido das meninas não federadas do basquete do Lisam foi bastante comemorada. O choro das meninas da escola de Nova Iguaçu, no entanto, mostrou que o troféu simbolizava algo muito mais valioso para elas e todos os que foram torcer no ginásio da Universidade Estácio de Sá, no Rio Comprido: a memória do professor João Luiz Gomes, falecido ano passado.
O talento foi o mesmo e mais uma vez preponderante para a vitória por 32 a 25 sobre o Colégio Santa Mônica, rival que também acompanhou a trajetória vitoriosa do Lisam. A torcida e a presença de diretores e outros professores indicavam que o astral da escola ainda permanece. Após a partida, o choro mostrou o quanto João Luiz é reverenciado.
A principal lembrança está fora das quatro linhas, mas bem próximo às meninas do Lisam. Victor Rogério, filho do ex-professor, comanda atualmente a equipe e segurou o choro enquanto pôde, mas sempre fazendo questão de deixar claro que tudo foi idealizado por seu pai.
– A conquista tem gosto especial. Estamos extravasando a importância dele e os nove anos que ele ganhou. João Luiz criou o projeto e estamos dando continuidade ao que ele fez. Ele nos deixou a missão e cumprimos do melhor jeito que dá. Estudei na escola durante seis anos e não tive condições de jogar. Essa é minha primeira medalha – diz, emocionado, Victor.
Cumprimentada por Felipe Alexandre, técnico do Colégio Santa Mônica, adversário da final, Taliciane Trindade, de 15 anos, marcou 25 pontos na vitória do Lisam. Após a exibição de gala, com arrancadas impressionantes que começavam na defesa e terminavam dentro da cesta, ela desabou no chão, com muitas lágrimas escorrendo pelo rosto.
– É o primeiro ano sem nosso professor, João Luiz, e dedicamos tudo a ele. Estamos todos aqui exclusivamente para homenageá-lo – afirma a atleta, destacando sua maturidade:
– Fui evoluindo. No começo não conseguia fazer tantas cestas, mas fui ganhando experiência, melhorando e adquirindo tranquilidade para jogar cada vez melhor.
FOTO: ARI GOMES
