Acima do peso para sua categoria, Miguel tem de dar duro para disputar a luta olímpica
Praticante de artes marciais desde os cinco anos, Miguel Barbosa, de apenas 15 anos, passou por situação inédita na carreira, na disputa da luta olímpica no Intercolegial 2015, no Jequiá Iate Clube, na Ilha do Governador. Como confundiu o peso que deveria bater na balança para participar da competição, ele precisou perder aproximadamente 1,5 kg em menos de uma hora e conseguir a liberação dos organizadores. E todo o esforço foi recompensado, com a conquista da medalha de ouro na categoria 46kg.
A cena é comum para quem acompanha o mundo das lutas, mas chamou a atenção dos presentes no local. Miguel, aluno do nono ano do Colégio Newton Braga, da própria Ilha, correu pelo local, fez exercícios pesados, tudo para perder água e entrar no peso.
- Só tive que perder 1 kg uma vez, mas foi treinando, de quimono, e durante uma semana. Foi duro demais - afirmou Miguel, que também treina muay thai e judô.
A grande influência de Miguel é o seu pai, Marcos Barbosa, de 44 anos. É ele quem o treina, incentiva e lhe passa os princípios básicos das artes marciais.
- Tento organizar a vida dele para que tenha uma rotina saudável, voltada para o esporte e para a filosofia das artes marciais. Tudo sem prejudicar os estudos, claro - afirmou o pai coruja.
Marcos tem mais dois filhos além de Miguel, mais novos, e garantiu que eles já estão trilhando o mesmo caminho do primogênito:
- Sei que preciso ser chato, eles reclamam, mas cobro mesmo. Não podemos deixar as crianças sem objetivo. Eles têm de estar focados na escola, no esporte, mesmo que não sejam profissionais, mas estarão acostumados a uma vida de regras e metas.
Além desse ouro, Miguel conseguiu um bronze no judô. Agora a meta é voltar em 2016 e tentar outro ouro, mas deixando o sacrifício apenas para quando estiver no tatame.
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