Colégio Estadual André Maurois vence problemas políticos e disputará bronze no futsal
O Colégio Estadual André Maurois, do Leblon, é uma das escolas do Rio de Janeiro que estão ocupadas pelos estudantes. O protesto afeta a participação no Intercolegial, mesmo que a equipe evite se envolver muito na questão. O problema político, no entanto, não impediu a escola de chegar às semifinais do futsal sub-18 federado masculino.
Na briga pela final, a escola do Leblon foi derrotada por 4 a 3 para o forte time do Loide Martha, em duelo no ginásio do Colégio Apollo 12, em Santa Cruz. Depois de ver o adversário abrir vantagem de 3 a 0 no primeiro tempo, o André Maurois reagiu, conseguiu o empate e só perdeu após um jogador cometer pênalti no fim da partida, que decretou o placar adverso de 4 a 3.
Além da falta de entrosamento e de tempo para conseguir treinar, a escola da rede pública teve que jogar sem seu uniforme, que está guardado dentro da escola.
— É difícil marcar treinos porque muitos alunos já trabalham e fica complicado para juntá-los. Com essa ocupação, estamos treinando na quadra do Flamengo. Jogamos sem as camisas da escola e peguei esse jogo de uniforme que eu tenho para usar no Intercolegial. Deixariam a gente pegar as camisas, mas preferimos não misturar as coisas — afirmou o professor Afonso Hildebrandt, técnico da escola da Zona Sul.
Um dos destaques da equipe, Jorge Victor, de 18 anos, já atua nos juniores do Barcelona do Rio de Janeiro, de Jacarepaguá. Ele, que fez dois gols, busca o sonho de se profissionalizar no futebol e também quer se formar na escola. O jovem lamentou a falta de aulas:
— Por mim, as aulas deveriam voltar. Estudar é bom para quem quer ser alguém na vida, como eu. Hoje em dia, sem estudo você não é nada. Só treino de manhã no Barcelona, chego em casa e durmo. Está chato ter nada para fazer.
Hildebrandt prefere não se posicionar de um dos lados da briga entre alunos e governo. Mas sabe bem o que quer para o André Maurois.
— A direção da escola faz se esforça para as coisas voltarem ao normal e os alunos brigam por uma escola melhor. No fim, todos buscam a mesma coisa, um colégio mais forte — afirma.
E, assim, o time do Maurois quer a conquista do bronze para voltar ainda mai forte ao Intercolegial do ano que vem. Mais forte dentro e fora de quadra para, quem sabe, conquistar o título que não veio em 2016.
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