Depois de lesão grave, Felipe volta ao handebol
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Uma cicatriz que não vai ser apagada. E o motivo para isso é bastante nobre: lembrar-se de toda a superação que Felipe Gonçalves, do Triângulo, teve de passar para voltar às quadras de handebol. Hoje com 16 anos, o jovem lembra os momentos difíceis enfrentados há dois anos, quando, no auge, sofreu uma séria lesão e chegou a ouvir que nunca mais voltaria a jogar.

Então com 14 anos, Felipe foi convocado para fazer parte do grupo que se preparava para competições pela seleção brasileira. Durante os treinos, porém, um salto e uma queda mudaram totalmente o rumo que vinha sendo trilhado.

Felipe aponta para sua cicatriz

- Logo que caí, vi que as pessoas ao redor ficaram meio desesperadas. Percebi que era algo grave, mas não tinha dimensão. Depois, descobri que tinha fraturado a tíbia e rompido os ligamentos do joelho esquerdo. Foi bem complicado ouvir isso - lembra Felipe (na foto acima, apontando para a cicatriz).

Pouco depois do diagnóstico, veio a notícia de que o antigo colégio não renovaria a bolsa. Nem mesmo o próprio Felipe acreditava mais em si. Restou o apoio dos amigos e familiares, mas surgiu uma ajuda.

- Por um momento, eu mesmo acreditava que não voltaria a jogar. Minha mãe tinha medo de que eu passasse por aquilo tudo de novo. Foi bem complicado. Mas, mesmo sabendo da minha lesão, o professor Anderson (Luic) me chamou para o Triângulo e lá me deram todo o auxílio possível.

O Intercolegial, para Felipe, representa o recomeço de um sonho que ele ficou longe apenas por um instante.

- Foi um ano completamente parado, fazendo só fisioterapia e trabalhos na academia. Fui liberado para treinos só em janeiro deste ano. Quero jogar novamente em alto nível e, quem sabe, voltar à seleção. Esse sempre foi meu objetivo, e estar aqui vai me ajudar a conquistá-lo - garante.

Felipe quer usar o Intercolegial para demonstrar gratidão. O combustível para isso? Está gravado no corpo.

- Dar meu máximo em quadra é uma forma de agradecer tudo que o professor Anderson e o Triângulo fizeram por mim. É muito especial estar com essa camisa. E toda vez que olho a cicatriz no meu joelho, ganho ainda mais ânimo para correr, marcar, arremessar. Ela me lembra de todo o obstáculo que atravessei. Não vou apagá-la nunca - avisa.

A derrota por um gol de diferença (21 x 20) para a forte equipe do Ciep Jean Baptiste Debret, de São João de Meriti, no ginásio do Colégio Anglo Americano, na Barra da Tijuca, doeu bem menos do que o instante da lesão e o período para se recuperar. Afinal de contas, Felipe, vice-campeão sub-18 no handebol do Intercolegial 2015, é um vencedor nato.





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