Escola Municipal Daniel Piza vence barreiras comuns a instituições da rede pública e brilha no basquete
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O Intercolegial provavelmente é um dos poucos ambientes onde os alunos das escolas particulares e da rede pública convivem tão proximamente. E mais do que isso, se confrontam. Muitos trabalhos das instituições públicas saltam aos olhos, como o da Escola Municipal Daniel Piza, da Pavuna, que sempre apresenta talentos e bons resultados no basquete. Na rodada disputada no CEMM (Centro Educacional Meireles Macedo), em Guaratiba, o colégio venceu por 34 a 14 os donos da casa.

O professor Victor Ventura falou um pouco sobre estas dificuldades que as escolas da rede pública enfrentam. O transporte e o local de treinamento são obstáculos recorrentes, combatidos pelo empenho da diretoria e pelo crescimento e o entusiasmo da garotada em praticar esportes.

— O trabalho é muito do coração da gente mesmo, com muita ajuda da direção também. A gente pede material de recurso e eles dão esse apoio. É pouco? Sim. Mas temos um pouco desse suporte. Para coisas maiores, não temos esse apoio. A gente vê os meninos e as meninas se desenvolvendo e ganha um gás para continuar. Aumenta a vontade de fazer mais — conta o professor, revelando que há tempos espera o término de uma reforma na escola:

— Dá uma queda, por exemplo, com a obra na nossa quadra, que não acabou até hoje. Faz quatro anos. Parou, prometeram que voltaria, não voltou. A gente usa o nosso espaço para treinar. Não é o melhor, mas é o que tempos.

Segundo Victor, a Daniel Piza também procura participar das competições em outras modalidades, como vôlei e handebol, por exemplo. Entretanto, ele acrescenta que a vocação para o basquete se dá pelo interesse neste esporte nos arredores da escola que fica na Pavuna e também pelos bons resultados que foram conquistados anteriormente.

— Eles jogam basquete porque aprenderam e porque viram os outros meninos jogar. Esse trabalho começou em 2015 e desde essa época jogamos o Intercolegial. Como estamos sempre jogando, eles veem o troféu, veem que o outro ganhou e querem ganhar também — disse, o professor. — O basquete é deles. Na nossa região lá tem basquete. Na Fazenda Botafogo, que é próximo, tem equipe de basquete. É uma coisa cultural que a gente conseguiu puxar e trazer, tivemos esse feeling — completou.

Os desafios não param. Depois de arrumar uma solução para o time jogar em Guaratiba e se classificar para a semifinal do basquete sub-15 não federado masculino, agora é pensar na próxima rodada, sábado (20) que vem, quando a escola também brigará por uma vaga na final feminina da mesma categoria.

— Viemos no meu carro e no do outro professor. Tivemos sorte porque faltou um menino, eram oito e vieram sete. Coube. Viemos tranquilos. Para a próxima rodada, tenho de chamar outro professor ou um diretor, mais alguém... E também tentar alguém para disponibilizar um transporte — revelou Victor.

A Escola Municipal Daniel Piza terá pela frente o GEO Doutor Sócrates, de Guaratiba, na semifinal sub-15 feminina e enfrentará o Souza Motta, de Caxias, para tentar avançar para a final da mesma categoria entre os meninos.

FOTOS: Ari Gomes




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