Eterj vence em casa
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Dona da casa, a Escola Técnica do Rio de Janeiro (Eterj), de Santíssimo, cedeu seu ginásio para a disputa de oito jogos da segunda rodada do futsal nos 30 anos do Intercolegial. Em quadra, a equipe mostrou muita união para vencer por 5 a 0 o Prosper, da Ilha do Governador, pela categoria jovem masculino. No entanto, mais do que isso, tinha entre seus jogadores uma verdadeira lição de superação. A integração na escola pôde ser facilmente percebida pelo número de pessoas presentes na arquibancada da quadra, com faixas e muita batucada. Barulheira e pressão que deu certo contra o bom time do Prosper, que, apesar da goleada, mostrou muita técnica. Aos gritos de olé, na metade para o fim do segundo tempo, o técnico do time colocou em quadra o garoto Aian de Oliveira, goleiro e exemplo de volta por cima. Aian, de 15 anos, nasceu com uma deficiência no pé direito, segundo ele, genética. Precisou passar por uma cirurgia aos 3 anos de idade para corrigir um pouco o problema. Ele ainda anda mancando e há uma diferença entre seus pés. Mas é algo que o menino, confiante e seguro de si, tira de letra. – Meu pé direito é virado para o lado. Nasci assim. Minha mãe teve o mesmo problema. Tive de fazer uma operação, mas convivo muito bem com isso, é normal para mim – disse. Aian começou jogando na linha, mas passou a ser goleiro após ver uma reportagem na TV sobre esta posição. Ele se diz muito fã de Rogério Ceni, do São Paulo. – Vi a matéria e gostei, achei que eu seria um bom goleiro. Sou flamenguista, mas gosto mesmo do Rogério Ceni. Às vezes torço pelo São Paulo também – completou Aian, que ainda terá que passar por uma nova cirurgia em breve. A segurança do menino impressiona. Até quem já trabalha no meio fica surpreso. É o que conta Daniel Lima, coordenador de esportes da Eterj: – Aian chegou aqui há um ano. Nosso professor, João Luiz Moreira, já o conhecia de outro colégio. Mas fiquei bastante surpreso. Ele não se mostra preocupado com o problema. Dá para ver que ele anda mancando e um pé é diferente do outro, mas é um menino tranquilo, seguro. Aian tem boa interação com os demais. É impressionante, ainda mais na sociedade que vivemos hoje, que tem aquele preconceito com o gordinho, com o magrinho, com o diferente... Entre adolescentes costuma ser ainda pior. Realmente é uma lição ele estar aqui hoje, jogando com a gente. Fico muito feliz – destacou Daniel. Aian é aluno do 1º ano no colégio e faz eletrotécnica. Foto: Ari Gomes


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