Ex-atleta de basquete, Denise comanda o Notre Dame e não esconde ansiedade por não poder voltar às quadras
As mãos que ficam em volta da boca para amplificar a voz durante as instruções, gostariam de estar com as bolas nas mãos. Os pés que se seguram para não ultrapassar o limite determinado queriam mesmo era estar à beira da linha de três. A adrenalina a mil ao lado da linha lateral denuncia a vontade de Denise Elisa Santos de estar dentro de quadra para ajudar o Colégio Notre Dame.
Esta foi a sensação de todos que assistiram ao duelo com o Elpídio da Silva, de Padre Miguel, que venceu por 41 a 36 a semifinal de basquete do Intercolegial Olímpico, válido pela categoria sub-18 não federado masculino e disputado no Sesc de Ramos.
Ex-jogadora profissional, ela chegou a disputar o Campeonato Brasileiro de basquete feminino pela Mangueira, mas confessa que nunca pensou em comandar um time em uma competição do nível do Intercolegial.
– Ficar do lado de fora é complicado, dá vontade de jogar. Fico aqui pensando: “Eu faria isso ou aquilo”. Confesso que não imaginava me tornar treinadora. Quando vim para o Rio, quando casei (com Almir, que também foi jogador de basquete e atuou pelo Flamengo), joguei pela Mangueira o Brasileiro, mas já me sentia saturada – revela Denise, explicando como se tornou técnica:
– Quando parei de jogar, estava me formando na faculdade e surgiu essa chance no Notre Dame. Nunca tinha pensado em treinar um time em competições assim, mas estou gostando muito. Está no sangue, né? Não tem jeito.
Denise, por sua vez, assume um papel até mais amplo que apenas o de professora de basquete.
– Eles me acolhem, me respeitam e me tratam como uma mãezona mesmo. E como tive experiência, sempre converso com eles, aconselho e tento mostrar algumas coisas pelas quais já passei – ressalta ela, que completa:
– Sempre tento passar que nós somos um time. Temos de ter organização em quadra e mostrar que somos um time. O Notre Dame tem um time de basquete, não um time de pelada.
Após a eliminação, Denise não se furtou à analisar a atuação de sua equipe contra o Elpídio da Silva, adversário de grande tradição no basquete do Intercolegial:
– No final, acho que faltou mais experiência mesmo, segurar a bola debaixo do braço. Mas é apenas nosso segundo campeonato e isso pesa também. Então, normal essas oscilações no jogo. Infelizmente, o resultado positivo não aconteceu, mas esses meninos foram bem, brigaram bastante.
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