Geração Feliz aposta nos sotaques paraense e mineiro para faturar o título do handebol sub-14 feminino
Há pouco tempo no Intercolegial, a Geração Feliz, de Nova Iguaçu, está nas finais do handebol feminino. Sem nenhuma dificuldade, as meninas venceram por 16 a 7 o Cesc Camaradinha (Centro Educacional Senador Camará), do mesmo município, e vão enfrentar outro colégio da Baixada na decisão da categoria sub 14: o Ciep Jean Baptiste Debret, de São João de Meriti. As semifinais foram disputadas na Vila Olímpica Nilton Santos, na Ilha do Governador.
Para o professor Wesley de Assis, a expectativa é de um enredo diferente do construído ano passado, quando saíram com o vice-campeonato.
— A gente sabe que será um jogo complicado, contra uma equipe que se defende muito bem. O Debret tem um treinador experiente e que conhece bem como é jogar uma decisão. Mas fizemos um investimento forte na escola e vamos com tudo na luta pelo título — garante Wesley.
Um desses investimentos, por sinal, veio de longe. Muito longe. Fabiane Reis, pode de estatura pequenina, só que em quadra é ligeira e rápida, como muito conterrâneos de sua terra natal: o Pará. A jovem, de 13 anos, veio para o Rio para ter mais chances no handebol. E como ela foi descoberta? Wesley explica:
— Ano passado, jogamos uma competição nacional e vimos que ela tinha potencial. Conversamos com o professor dela lá do Pará e com os pais, fizemos todos os trâmites e hoje ela está aqui no Rio, sob nossa responsabilidade.
Diferentemente da estrela da música, a cantora Gaby Amarantos, sua conterrânea, Fabiane não soltou a voz para explicar as principais diferenças entre o Rio e o Pará. Mesmo assim, a jovem deu uma palhinha de como está se adaptando na Cidade Maravilhosa.
— No início foi muito difícil, pois eu não tinha aula todos os dias na escola na minha cidade, então essa foi a maior dificuldade, de ter que estudar e fazer as tarefas todos os dias. Tirando isso, o resto está sendo mais tranquilo. Fui bem aceita pelas minhas colegas de equipe — afirma a camisa 11 (foto acima).
Além de Fabiane, a Geração Feliz tem outra menina que veio para o Rio ser feliz: Naianny Azevedo. A adolescente de 14 anos atravessou o Paraíba do Sul e trocou Minas Gerais pelas terras cariocas. Assim, como Fabiane, ela também sentiu um pouco no início, mas logo foi se soltando.
— No início foi um pouco difícil, mas as meninas me acolheram bem. Aqui somos uma família, com todas se ajudando — resume Naianny.
Com esses dois reforços nacionais, a Geração Feliz espera superar as rivais do Ciep Jean Debret e dar o caneco para Nova Iguaçu. A final entre equipes da Baixada Fluminense, aliás, comprova que a região é, se não o celeiro, um dos locais mais fortes do handebol no Estado e de relevância nacional.
Na foto abaixo, Naianny abre os braços para marcar a adversária.
FOTOS: Ari GomesVoltar