Esporte olímpico desde 1908, o hóquei sobre grama terá o Brasil pela primeira vez nas Olimpíadas de 2016, no Rio. A seleção terá direito de participar por ser do país-sede. O Intercolegial presta grande serviço ao fomentar este esporte e promover disputa entre 16 equipes, de oito escolas. O CAp Paulo Gissoni foi o grande campeão da estreia da modalidade, conquistando os títulos entre meninos e meninas, em seu campo, no Complexo Esportivo da Universidade Castelo Branco, em Realengo, onde funciona o colégio de aplicação.
O hóquei sobre grama passou a ter mais evidência no Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2007, quando foi construído o único campo do país que atende às exigências internacionais, em Deodoro. Radicado no Brasil há 12 anos, o argentino Eduardo Righi passou a desenvolver o esporte nas escolas da Zona Oeste.
– Comecei pela Zona Oeste por causa do campo em Deodoro. O hóquei sobre grama está evoluindo e o Intercolegial é muito importante. Os jogadores saem das escolas públicas, vão para os clubes e, através das bolsas de estudos, ganham espaço nas escolas particulares. O mercado de trabalho também aumenta e abre oportunidades para professores de educação física que amam e trabalham com o hóquei sobre grama – afirma Righi, que já foi técnico da seleção brasileira.
Foi nesse espírito que a Escola Municipal Rosa da Fonseca atraiu a simpatia de praticamente todos os jogadores na final com o poderoso Gissoni. Muitas alunas da própria equipe campeã, como Alice Aparecida, Vanessa Pavão e Yasmin Ramalho, saíram da escola municipal de Deodoro. Outros exemplos são Leandro dos Santos, do Triângulo, e Valeska, do Percepção, de Irajá.
A derrota por 1 a 0 para o Gissoni, na disputa do shoot-out, deixou as meninas da Rosa da Fonseca muito abaladas, mas a tristeza não aplacou o orgulho de ter cedido tantas jogadoras para escolas particulares e, mesmo assim, conseguir chegar à final.
– Penso que todas são minhas filhas. É impossível conter o choro. Agradeço às jogadoras por ter assumido a responsabilidade, com muita dedicação. Elas jogaram com todas as forças para ganhar e são campeãs, mesmo com a medalha de prata. Foi o melhor jogo do campeonato – garante a técnica da Escola Municipal Rosa da Fonseca, Tatiane de Oliveira, que beijava a testa de cada atleta ao entregar a medalha.
Foto: Ari Gomes