Mesmo com duas atletas a menos desde o início, Recriando vence o São Lucas na disputa pelo bronze no handebol feminino
Clique para ampliar

Medalha de bronze no handebol sub-16 livre do Inter 2021, as meninas do Recriando saíram do Centro Municipal de Nilópolis com respeito digno das grandes campeãs. Até mesmo as adversárias reconheceram a luta da equipe de Jacarepaguá, que venceu por 16 a 13 a disputa do terceiro lugar contra o São Lucas, de Santa Cruz, com duas jogadoras a menos e, em alguns momentos, com apenas duas atletas de linha.

Sem contar com suplentes, o Recriando começou a sentir o desgaste físico ainda na semifinal, no confronto contra o Cesc Suzano, de Guaratiba. O duelo foi, em termos de nível técnico, o melhor do handebol, marcado desde o início pelo equilíbrio. Contando com o time completo, o Recriando terminou o primeiro tempo à frente do placar (11 x 8), mas acabou perdendo Maria Eduarda da Silva, que tinha seis gols, e Kayllane do Nascimento. Com duas a menos, o Cesc venceu por dois gols de diferença (18 a 16), avançou para a finalíssima e acabou sendo campeão.

Aplaudidas pelas rivais que venceram a semifinal, as meninas do Recriando, comandadas por Ruy Sanches, foram em busca do bronze, mesmo sem duas atletas. E deram mais uma demonstração de sua força, superando o São Lucas. Na briga pelo bronze, a equipe chegou a ficar sem a camisa 2 Julia Bezerra, que teve cãibras e ficou de fora um bom tempo por ter recebido atendimento. Mesmo assim terminou o jogo com sete gols e foi artilheira da partida ao lado da companheira de time Vitória Pereira.

Após a vitória, a tensão deu lugar ao alívio e quase não havia forças para comemorar o feito grandioso que conquistaram. A goleira Gabrielle da Silva não conseguia parar de chorar na hora de receber a medalha de bronze. O cansaço parecia mais forte do que a percepção do que tinham realizado.

Autora de 16 gols na competição, Julia teve de sair por conta do cansaço que lhe causou cãibras. Após o atendimento médico, precisou ficar de fora algum tempo de acordo com as regras do handebol. A menina de 16 anos deixou claro que seria bastante difícil de superar a equipe do Recriando no confronto pelo terceiro lugar, porque além da técnica, a entrega do time acabou prevalecendo.

— Nossa vontade fez a diferença. A gente botou a camisa, falou "esse é o meu time, a gente quer ganhar e a gente vai". Eu sabia que a gente tinha chance, foi ficando cada vez mais difícil conforme as nossas jogadoras foram saindo por lesão. Só que a vontade era imensa de não ter vindo em vão. A gente botou a cara e deu no que deu. Senti cãibra, tive de sair, queria puxar a responsabilidade para ajudar o meu time e graças a Deus deu tudo certo — comemora Julia.

Ao comentar a semifinal contra o Cesc Suzano, a jovem artilheira não escondeu que ficou um gostinho de que a vaga na final poderia ter acontecido, caso o Recriando tivesse jogado completo.

— Complicado de qualquer jeito, porque perdemos por duas bolas e vínhamos mantendo a vantagem de uma bola. Mas Deus sabe de todas as coisas e está tudo bem — encerrou.

O técnico Ruy Sanches explicou que por conta de um caso de coronavírus na sala de aula de três atletas do Recriando, a escola decidiu isolar todos os alunos da turma e o time de handebol ficou desfalcado para a disputa do Inter 2021.

O Intercolegial 2021 é uma realização do jornal O GLOBO em parceria com o Sesc RJ e produção da Abadai.

FOTOS: Ari Gomes




Voltar