Mesmo com quase 12 graus de miopia, Guilherme mostra técnica com grandes defesas
Costuma-se dizer que no futebol há dois papéis mais difíceis de desempenhar: o de árbitro e o de goleiro. E se assumir a camisa 1 já é complicado naturalmente, para Guilherme de Lima, do Instituto Carrescia, a missão requer ainda mais força de vontade. O muso da segunda rodada do futsal do Intercolegial 2016, disputada no ginásio do Colégio Brigadeiro Newton Braga, na Ilha do Governador, fez com que as boas defesas escondessem completamente um problema: 11,9 graus de miopia.
– Enxergo apenas 20% do olho direito. Com uns oito anos, eu passei a usar óculos. Depois, troquei para lente, mas os médicos percebiam que a miopia recuava um grau e depois avança dois. Voltei aos óculos e hoje uso lente sem problemas. Quase ninguém percebe – conta ele, que acaba revelando um segredo ao explicar as dificuldades para atuar embaixo das traves:
– A dificuldade maior é a bola que vem em velocidade pela direita, mas eu compenso com posicionamento e reflexo. Tanto que, após os jogos, se eu não contar, ninguém sabe do problema, mas agora todos vão saber (risos).
Aos 14 anos, Guilherme participou pela primeira vez do Intercolegial e garante que se dedicou bastante para estar na competição. A derrota do Carrescia por 4 a 2 para o forte time do João Paulo I, pela categoria sub-15 causou tristeza, mas não tirou o ânimo do jovem herói.
– Eu jogo no gol desde o quarto ano. Quando pequeno, vi que era melhor no gol no que na linha. Então, nas brincadeiras, sempre fui agarrar. Depois que fui selecionado para jogar o Intercolegial, treinei bastante para chegar bem – lembra.Voltar