Morador de São Matheus, bairro carente de São João de Meriti, Lucas busca o esporte e a música para fugir da violência
O bairro de São Matheus, em São João de Meriti, é considerado um dos mais violentos da região. Jovens daquele lugar, segundo o treinador da equipe de handebol do Ciep Jean Baptiste Debret, Robson José, muitas vezes são suscetíveis a trilhar caminhos que podem levá-los diretamente às mãos de bandidos.
Mas o esporte e a atividade cultural, ainda segundo Robson, têm sido como uma barreira para impedir que alunos da sua e de outras escolas da região sigam por caminhos errados.
— O handebol e o esporte em geral são a saída para muitos jovens de São João de Meriti. Há bairros muito pobres, com alto índice de violência. Em São Matheus, por exemplo, em cada rua há uma barricada feita por bandidos — diz o treinador.
Lucas Matheus, morador do bairro, prefere “gastar” seu tempo entre as atividades esportivas no Ciep ou na igreja evangélica onde canta no coral. Aos 13 anos, aluno do 6º ano do ensino fundamental, ele conta, orgulhoso, que um dos seus momentos mais felizes é quando canta ou pratica esporte.
— Estou no coral desde os 10 anos, adoro cantar. E também quero aprender a tocar teclado. Mas os meus pais não têm condições no momento para me colocar numa escola de música. No nosso bairro ainda não tem, só no Centro, que fica longe — conta o meia-direita da equipe de handebol do Ciep Debret.
Pelas semifinais da categoria sub-14, Lucas teve boa atuação na Vila Olímpica Félix Venerando, em Honório Gurgel. O Ciep Debret, no entanto, acabou sendo derrotado por apenas três gols de diferença (22 x 19) pelo forte time do Jardim Maravilha/Cesc, de Guaratiba.
Agora, a escola de São João de Meriti, terá o Colégio Estadual Antônio da Silva, de Nova Iguaçu, no clássico da Baixada, pela disputa da medalha de bronze.
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