Uma taça especial: pai e filho conquistam título do basquete sub-18 pelo Censa e encerram ciclo juntos
O mês dos pais reservou para um pai e um filho uma viagem especial no último sábado (27). Uma rota de 300 quilômetros de Campos dos Goytacazes, no norte do Estado do Rio, cortando o interior até o ginásio do colégio Camões-Pinochio, em Jacarepaguá. E não era uma viagem de férias.
Rodolfo Ribeiro e Carlos Eduardo Medeiros são mais que pai e filho. Rodolfo é treinador do time de basquete sub-18 do Censa e o ala Cadu é um de seus atletas. E eles encararam juntos a grande final do Intercolegial 40 anos, contra o Elpídio da Silva, de Padre Miguel. A campanha da equipe campista foi impecável até a decisão e o favoristismo era notável.
De fora e de dentro da quadra, a troca de olhares entre o treinador e o camisa 14 era repetida, mesmo quando a bola do Censa começou a cair e o placar foi aberto. Havia uma preocupação além do posicionamento ou da atenção na marcação: Cadu jogou com o dedo da mão direita fraturado.
— Ele estava triste em casa por isso. Não treinou a semana toda para poder jogar hoje. Tiramos a tala e fizemos uma adaptação para ter condição de jogo. O médico tinha dito para ele não jogar, mas é o lado de ter o pai treinador. Foi a primeira coisa que perguntei quando o jogo acabou: "e o dedo?". Graças a Deus deu tudo certo — contou Ribeiro.
Cadu anotou 2 pontos e o Censa venceu por 40 a 8, faturando um título inédito para essa geração, que não conseguiu disputar a categoria sub-15 em anos anteriores devido à pandemia de Covid-19, que suspendeu o Intercolegial. Além de mais uma conquista para a escola, a taça teve um gosto especial para a dupla. No dia seguinte, Cadu e Rodolfo já de volta a Campos vão celebrar o aniversário de 18 anos do garoto, que agora encerra o ciclo de competições colegiais e, consequentemente, a parceria com o pai.
— Estou desde pequeno com ele, tomando muito esporro, ouvindo muito e até brigando às vezes. Estou feliz pelo momento, mas triste ao mesmo tempo, porque é o último ano meu com ele e ano que vem não sei o que vai acontecer. Mas estou feliz de poder curtir esse último momento nosso — revelou Cadu, emocionado, que agora se prepara para encarar a universidade.
O título do Intecolegial coroou a parceria de uma vida. Cadu joga basquete desde muito jovem e seu pai foi seu único treinador. Eles voltam para Campos para um último ato ainda em 2022, os Jogos Estudantis de Campos, que marca a despedida de pai e filho em quadra.
— Sempre tive muita preocupação de ter meu filho como atleta. Ele sabe e os companheiros que estão com a gente também sabem: se ele joga, é por mérito dele. Eu sempre deixei isso muito claro. O Cadu é um guerreiro. Como ele é meu companheiro, a gente conversa muito de basquete em casa, além dos assuntos do dia a dia. No início era difícil, ele ainda não entendia que o pai dele era também o técnico. Hoje, ele já separa isso bem — relembrou Ribeiro.
Logo após zerar o cronômetro e a euforia de mais um título conquistado, pai e filho deixaram a emoção finalmente tomar conta. Enquanto o elenco do Censa celebrava a conquista, Cadu e Rodolfo estavam abraçados por longos minutos, como se o tempo tivesse parado naquele momento. O que um disse para o outro dentro daquele abraço, só eles sabem.
Na foto abaixo, o time do Censa comemora o título sub-18 não federado. Abraçados, pai e filho, Rodolfo e Cadu seguram a taça.
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